Criar uma Loja Virtual Grátis



ONLINE
1





 

  •  M A G A Z I N E  
  • C A B R A L   V E R Í S S I MO
  • Onde você encontra de tudo
  • c/melhor preço e qualidade!
  • www.magazinevoce.com.br  

  •  AQUI TEM BLACK FRIDAY, CONSTANTEMENTE!!!
  • Compre de quem você confia porque é muito mais vantagem!
  • O Magazine Você é um canal de vendas do Magazine Luiza.
  • Cabral Veríssimo está autorizado a vender nossos produtos
  • Através do site www.magazinevoce.com.br  
  •  

 LOJA DO AUTOR

ciacabralverissimo.loja2.com.br  
 
REVISTA DO AUTOR
http://revistabolaefaz.jimdo.com/
Abaixe trechos de Cursos e e--books, gratuitamente!
 
CURSINHOS BUZZERO COM DIREITO A CERTIFICADO DIGITAL, INCLUÍDO NO PREÇO!
https://www.buzzero.com/autores/jose-cabral?a=jose-cabral
 
 
 

Trecho do Livro: Um Cálix de Sol - Contos...
Trecho do Livro: Um Cálix de Sol - Contos...

Um cálix de sol

( Contos/Crônicas) 
 
 
Certificado de Registro: 232 
Livro : 410  Folha : 100
100 páginas

 

Fundaçăo
BIBLIOTECA NACIONAL
MINISTÉRIO DA CULTURA 
Todos os direitos
Reservados do Autor
José Vieira Cabral

 

Primeira Ediçăo

Săo Caetano do Sul

Regiăo Grande ABC – SP
CEP – 09572-450
E-mail:
cabralverissimo@yahoo.com.br

O aratu branco
 
No Norte dos nordestinos nasceu aratu branco: Menino feito de ouro pelos os exemplos que derrubava aos colegas de escola. Aratu branco era am menino que tinha sardas perto das narinas, Sob olhos espertos a enxergar, alguns anos à frente de sua idade.
Não havia ninguém como ale, não: era um menino esperto e consciente, que media tudo, antes de fazer, para não sofrer conseqüências...  E, antes de subir a escola - verificava tudo: se os compromissos das tarefas estavam em ordem e se os materiais estavam todos dentro da sua mochila.
Aratu branco subia as aulas numa pequena canoa branca, com seu apelido gravado: “ARATU BRANCO”.
Um dia, ele sumiu pelas Águas... E todo o procurava, com uma gigantesca preocupação, mas, acharam somente a sua canoa virada... O que fora feito do menino aratu branco? Todos indagavam, mas, a canoa virou e ninguém jamais o viu... A ausência dele era como um véu escuro: Que cobria toda aquela área de cidade, e sítios.
Querido como ele, era ele só! Porque, se sobressaia pela sabedoria que tinha: Os anos passaram deixando enormes saudades... Eram Sete anos de lembranças amargas, espalhadas por aquelas pessoas que o amava.
Até que um dia se ouviu pelas ruas...  Rumores de vozes de um motim de gente - surpresa, surpresa! (É aratu, é aratu... É o aratu branco).
 Lá vinha ele em um enorme barco de pesca navegando pelas águas do mesmo rio de sua infância - e de longe ainda... Antes de chegar... O povo não o via com clareza, mas parecia sentir pelo cheiro do  ar que era o menino aratu branco, que lhes contara uma triste e boa historia...
Aratu fora levado pelos índios naquela manhã quando estava a caminho da escola, mas, Graças a Deus! Agora estava livre daquele contratempo... E tudo isso devido a Sabedoria que de Deus.
E foi lá na aldeia dos índios: que ele aprendeu muitas coisas... E criou muitas histórias... Ele esteve em cativo o tempo inteiro para lhes servir de escola. E,  o seu castigo somente lhe seria dado se por aventura, viesse tentar uma fuga.   
No resto era tratado como um verdadeiro Rei! (Da moda deles é claro!): Aratu branco estava felicíssimo porque lhe pouparam a vida e deu-lhe esse barco em recompensa,
A qual estava naquele dia, o pequeno mestre: Aratu branco.

 

Estudo a distância

 

Onde me vi crescer... Não havia ruas e praças, nem casas e postes... As cabras e bodes  ainda pastavam nos capins com os cavalos, vacas e bola.
O lugar era deserto...E o único lugar mais próximo onde havia um pequeno povoado (povaréu), se distava, de onde eu morava, vinte Km aprox. E a gente chamava de reserva aqueles dois patrimônios (portadores das coisas indispensáveis para a sobrevivência de uma família).
As condições de ensino por ali eram precárias...
- Um velho grupo escolar; que só dava o curso primário e mesmo assim era superlotado em todos os turnos. Estudar o primeiro e segundo grau era privilégio de rico: Era o que todos diziam por ali naquela misera região.
O meu corarão matuto sentia cede do saber! A palavra estudo não saia da minha mente... O que mais que ria nessa vida era estudar e morar na cidade grande.
Lembro-me que numa manhã de domingo: um amigo de sitio vizinho, bateu-me a porta com palmas de  inquietação, quando pulei então da cama com uma preocupação danada: pensando ter acontecido alguma coisa de ruim (porque era ainda muito cedo e ele, inquieto).
Felizmente Beto estava feliz e trazia no rosto um largo sorriso! Havia nele esperanças e a mão um envelope com folhetos explicativos, contendo neles: todas as orientações necessárias de como deveríamos fazer para realizarmos os nossos sonhos de estudar. Porque ele almejava o mesmo que eu: vencer na vida um dia...Ou apenas melhorar um pouco mais.
Beto tinha a mão - o pedido de matricula para os sonhos que se tornava realidade  naquela hora benéfica, e dizia-me: por que não faças também o seu pedido? (segunda-feira vai a cidade por o meu no correio...).
Se quiser eu farei também o seu pedido?
- O meu corarão disparou-se naquela hora... É lógico que eu quero Beto (isso e tudo pra mim): dei então a noticia a família; que ate ai então estava ouvindo sem entender nada...       E todos se alegraram com grande alegria quando lhes expliquei a decisão que havia acabado de tomar.
Graças a esse método de ensino a distância, fornecido (...), eu pude estudar o meu primeiro e segundo grau. E, após isso: viemos então para São Paulo para conseguirmos empregos. E quando conseguido: busquei os familiais e conclui um curso superior.

 

O Lamento de Dona Silvia
 
Dona Silvia lamentava que não estava sobrando nada! Porque o que ganhava, mal dava para os compromissos... E eu me obriguei a dizer-lhe: por que? A senhora não tira os três filhos da escola particular e coloca-os, numa estadual.
Vou lhe contar minha senhora, uma pequena história: tenho uma cunhada que estudou por correspondência o primeiro e segundo grau - e prestando o vestibular para a Faculdade e passou na primeira vez! Hoje ela está no seu último ano – e, é uma das melhores alunas da turma (suas notas são: nove e dez em todas as matérias).
Ensine os seus filhos a estudar de verdade minha senhora! E a senhora vai ver, que lhe sobrará dinheiro até para trocar de carro. Garanto-lhe!Que a senhora vai ter dinheiro até para colocar-lhe; Esses belos seios num lindo soutiens... E o resto num vestido novo do estilo tentação! (não achas?...): Ela sorriu-me, com olhos maliciosos (vou pensar no seu caso)...
Dona Silvia Moreno assentou-se numa mesa redonda do nosso jornal - como candidata a vereadora; desses partidos de esquerda...E só lamentava... Mas, ao ser eleita! Logo pode se mudar da sua velha casa.
E agora adora o plano real - e vive dizendo: nada tenho, a falar desse esplendido plano: porque com certeza!É o melhor planos de moeda que o nosso Brasil teve até os dias de hoje: Não há como fragilizá-lo!
Já então dizendo: que dona Silvia Moreno é uma mulher muito estudada...           Eu a acho ela esperta ate demais!
O povo anda dizendo que a moeda real é forte! Mas, ela está igual “Um extinto da raça”, - O povo está correndo atrás, mas quem diz que acha...Já se acostumaram com os números altos da moeda de alguns anos atrás - com aquelas filas de zeros...
Mas, na verdade os zeros não serviam para nada... Aquilo, somente enchiam os bolsos e se amotinavam... Fazendo as greves dos zeros, deixando tudo paralisado: hoje estão fora de cogitação e não serve para nada! Mas, o povo está atrás dos reais... (Onde está, patrão?...).
 
Epicédio
 
A saudade nos vem como nos vem à vida e jamais o esqueceremos enquanto vivermos, pai!     Fomos feitos de ti para existir, por isso nascemos e temos a vida - e na vida as coisas boas que de ti aprendemos.
Sabemos que domes A sobra de uma gigantesca lona chamada: morte!   E, essa lona está cobrindo os anos de vida que julgávamos ainda existir, diante de ti para viverdes e sorrir ao nosso lado.
A saudade nos vem como nos vem à vida... E se deita aos ombros enfraquecidos, A se lamentar: A sua doce e singela vida, agora ausente, debruçada sobre a janela de uma casa imensa e escura: A morte!
Lembramos da esplendida luz que deste aos que souberam lhe amar: Foste simples, sábio, prudente e hospitaleiro! Mas, nem todos souberam avaliar a verdadeira hospedagem, de um homem que soubera a nos amar!
Queremos dizer-lhe: Que a tua doce imagem ficou estável, em nossas memórias a cortejar cenas do adeus... De um corpo mortal, Imortalizado por todos nós, que jamais o esqueceremos enquanto vivermos, "PAI!”.      (Apologia ao meu  pai Antonio Vieira Cabral).

 

Obstáculos de escritor

 

Os anos a as amizades de Paraná a São Paulo me mostraram que há muitos escritos presos por ai... Nas almas e baús de escritores anônimos que jamais tiveram oportunidades de publicá-los:
Muitos escritos são queimados ou jogados fora por falta de condições financeiras ou até mesmo por falta de experiência para registre-los, ao menos... Lamentavelmente isso acontece porque os poderosos das publicações não estão preocupados com as riquezas culturais - mas sim as capitais para a devida compensação:
- Aonde as tiragens precisam ser robustas! E ainda que consideremos verídicas, suas analisadas conclusões (Isso tritura as riquezas de muitas publicações que são detonadas).
O pobre escritor encontra ai... Um destino sem porta: O coitado fica se batendo de todos os lados e não encontram saídas... Então ale se desilude, queima ou joga no lixo toda a beleza de seu expressionismo.
Os grandes matam, ou sufocam os cuidados de muitos brasileiros, escritores anônimos que lutaram para colocarem suas vocações literárias nas páginas dos livros e nos arquivos da nossa cultura.
Mas quanto a isso, sinceramente! De nada eu lamento por mim mesmo - apenas observo o mundo a as coisas avessas... E com tudo isso... Ainda acho que vale apenas escrever aquilo que sentimos no momento, ou buscamos no passado...Ou ainda pressentimos para um vindouro tempo... Nisso nos mostraremos contribuinte: A Sociedade Amigos da Biblioteca Nacional (SABIN).
Deixo aqui o meu forte abraço!Que até aonde irá não sei... Mas ele será para todos aqueles que apreciam a força da virtude dos bons textos: Eles têm essências duma criança, mas são grandes de significados e existências.

 

Cidade pequena

 

Minha cidade ainda é pequena: Nela não há esse transito inquieto... E  nem os  trombadinhas espertos, cheios de esquemas, onde furtam sem qualquer problema, levando alguns trocados.
Minha cidade ainda é pequena, mas confesso que estou contente porque não vejo nela o veneno de poluição nos ares - nem tampouco a poluição Sonora que tanto perturba os ouvidos da gente com barulhos de carros, apitos e buzinas. (e outros ruídos  azucrinam).
Minha cidade ainda é pequena, mas nela não há os problemas das grandes cidades, Onde os carros se engarrafam, cheios de gente e ansiedades!...
Multidões caminham, e não se sabe se há felicidade... Minha cidade ainda é pequena, mas sei que ela crescera um dia... E somente o ano nos mostrara seus problemas e alegrias!

 

Eu quero os gols d' outrora

 

Eu quero os gols d' outrora que ficaram desmanchados pelo os erros dos chutes, dos atletas que não conseguiram mirar a bola entremeio às traves... Todavia, gogós gemeram-lhes o som do glute – expectativa do vibrante gool...
Gool, sem o baixo teor da voz grave, murmurando aquele Ah! Pelo erro do chute... Ou até mesmo o lamento (putsch!)...  Quase que marcava mais um gol.
E, se marcassem - seria Captado de cada gol: O grito vibrante de uma torcida alucinante... É gool!... Seria um tremendo gol!... Um grande gool, quais figuras musicais com fermatas (que faz o músico esticar o valor real da figura musical).
Então o gool se esticaria qual um som entre as matas... E o feliz eco responderia a todos no ato: A um povo verde e amarelo de esperanças e sol (cor de ouro e prata).
Oh, que glória! Sarrafea  nos espaços inúmeras expectativas de invisíveis sarrafos: Reforçando as esperanças, aumentando o mormaço do clima esportivo em horas de aço... Driblar e chutar uma bola para gol não é nada fácil!
E, para derreter as energias desses jogadores, atletas de fato, é derreter o forte aço do mais difícil campeonato, chamado: Jogos da copa.
Oh, como queremos outros gols, quais aqueles d' outrora! Mas, os que se foram jamais se acharão: Todavia queremos, as mesmas energias que se marcaram aqueles gols d 'outrora... Ou ainda, quero um pouco mais!...
Quero ver a taça erguida em recompensa aos treinos mil, junto aos gritos vibrantes de uma imensa torcida, feita de brio: É gol de vitória do Penta Brasil.

 

O muambeiro

 

No vaivém do burrinho cargueiro - O transporte é muamba -  e Jacob o trambiqueiro... No seu incansável vaivém, muitas coisas se vão... Mas, os cascalhos só lhe vêm: Jacob tem uma santa vocação que poucas pessoas têm!
São quatro pernas a caminhar - e duas a balançarem paralelas ao topo da um burro tordilho: Ambos seguem lentamente o mesmo trilho... E a distância é longínqua pra caramba!... Mas, Jacob confessa valer apenas porque vive de das muambas.
Quando ales se cansam: duas pernas param e  duas balançam de cima dos lombos do seu burrinho cargueiro... Depois, as duas pernas pulam e leva à sombra: O burrinho tordilho.
Jacob dá-lhe água e milho - Depois, ambos seguem o trilho no longínquo vaivém... A carga vai e fica... O povo se alegra e estrombica... Radinho de pilha, gravador  e televisão,
(e de miudezas, de tudo se tem).
O povo tem que pagar pelo burro, por Jacob e mais alguém... Jacob vende um tanto caro por causa do seu cansaço - e dos interessados abraços de Jandira - que sempre lhe abraça e se disfarça... Pois os seus carinhos é trambiquinho também! Pois, de carinho em carinho ela está ficando bem!

 

 A miséria de um povo

 

Lá em baixo a rua é morta... E tem uma migalha de gente que se entorta com o peso da miséria, rente... Não há luz de rua, Nem energia nas casas: Eles se alumiam com lamparinas ou lampião a gás;
E as roupas remendadas que se passam  - é com o vagaroso ferro a brasa: Os seus dias de lutas são sérios! Porém, toldados com o refrigério da sombra de uma simplicidade incrível.
Eles são gente simples que trabalham na roça  de sol-a-sol, por coragem das necessidades e instrução adquirida, do bom ensino exercitado, pela a idoneidade daquela região. E o que mais me faz admirar... É que junto ao suor da fadiga: Ainda riem e emitem cantigas, para não ver o dia passar...
Lá em baixo a rua é morta... Todos trabalham por precisão! Há muita canseira e pouquíssima ilusão.    As águas que usam para o consumo caseiro sobem por cordas enormes...E cheias de lamas: poços profundos dão águas para muitas casas.
Os meninos lamentam, querendo partir... Porque sabem que o progresso talvez nunca chegue por ali: Enquanto sonham com a oportunidade da partida, balançam em cordas tão velhas... Que já lhes puseram o costume dos tombos inevitáveis, pois se arrebentam assiduamente.
Os meninos fazem novas emendas até que possa resistir à firmeza do peso balançante... Infelizmente os recursos daquela gente são tão  podres e desertos, quais as cordas incertas que balança os meninos:
Migalhas de gente se balançam sem qualquer segurança de estabilidade de vida, sofrendo amargamente  as marcas dos tombos...Impostas pela miséria...

 

 A árvore de natal

 

A árvore de natal é de origem Alemã!
E acabou se espalhando por todo o mundo ocidental;
E na Inglaterra foi introduzida pelo príncipe Alberto.
Ela traz em si uma beleza plástica tamanha...
Que acho digna de ser admirada por todos nós!
E por que não admirá-la? Não é professora...
E eu admiro de verdade, sabe o porque disso?
Porque elas são feitas de bolas cristalinas e coloridas:
Que se penduram com as lâmpadas picantes                                                                           
Entre galhos verdejantes naturais ou artificiais.
Seu aspecto traz lembranças das serenidades
Das noites frias e dos Campos...
Excitando as mais sublimes lembranças:
Iluminados, enrolando todo o apego de seu esconso...
Fazendo aparecer nos semblantes das pessoas
O doce encanto do espírito natalino.

 

Os escravos

 

Creio que naqueles tempos não havia a beleza do riso nem que fosse por um improviso, nos lábios malacafentos daqueles negros, em razão de não ser fácil à desejosa fuga... Como poderiam fingir uma besta felicidade se ainda existia a força do mal, Com ansiedades sem fim...
Os senhores demônios brancos ansiavam riquezas, numa constante suga... E para os negros a liberdade parecia estar, ainda muito longe... Mas já estava perto o grande dia de vitória: porque esta decisão não estava nas mãos daqueles senhores que exibiam, friezas Indecorosas!
Sinto-me agora, qual um abolicionista daquela tragédia passada: Horrenda tragédia foi aquela! Na qual para a visão atua nos dias de hoje parecem apenas, meras miragens...
Mas, miragem não foi não! Foi uma maldição avolumada; Onde os tições viviam ferozes, subordinados aos senhores coordenadores daquele funesto destino, cruel e cego.
Até ali antão, cego para enxergar...  E impotentes para exigir o sublime direito de liberdade humana. Eles rosnavam como leões famintos almejando a libertação, mas não havia caminhos de pega para aqueles pobres seres humanos!
- Seres humanos, vitimados por uma longa catástrofe,  em profunda profanação... E ainda aram vistos como miseráveis tições iracundos...Eram fracos e fortes, para todos os trabalhos bruscos; de onda brotava-se toda fonte de riquezas.
Naquela altura... O mar bracejava furioso: A aquilo era sinal de contestação... Parecia aliviado, quando se livrava de cada embarcação: Gigantescas senzalas flutuantes, abarrotadas de negros navegantes, encardiam os mares e a terra com a mais intensa crueldade para trazer riquezas e sustentos aos senhores brancos e covardes.

 

Flagelos de toda aquela tormenta com significados debalde aos olhos abolicionistas que lutavam atentos em busca da mais sublime vitória: "A libertação dos escravos!”.
Quando caia a noite... Os tições se recolhiam em suas senzalas, vigiados por seguranças bravias: Renque da mais devasta coxia... Que terrível era a áscua vereda, que os detinham: Oprimidos e subordinados, sob a fúnebre escala, Regida pelos os senhores demônios brancos: Compositores da negra magia.
Toldava se toda a terra, pela negra lona da escravidão... E dançavam-se a sombra - daquela maldição... Porém; um dia os raios da justiça caíram-se com robusta claridão! E fez-se daquele fraudulento cativo, a libertação:
Ser livres! Era tudo o  que esperavam, os tições, porque cada qual queria tomar suas decisões de ficar ou seguir - novas direções...

 

Sr. João do moinho

 

Lá vem pelo o caminho da estrada empoeirada o pobre caminhante, de braços erguidos, com um velho paletó dependurado quase a cair... O vento inquieto sacode a poeira... O velho para e bate os pés... Ergue os olhos ao céu... E segue o seu caminho aborrecido.
A cidade ainda está longe... E talvez ele caminhe a imaginar: Ah, Senhor! O que eu faço? Será que vou chegar...
Chegarás sim, meu pobre caminhante (De passo-a-passo irás avante) Alcançarás a cidade do teu destino: Aquela! Cujo consciente te lava Para achar os ensinos de luz que aplaca toda a treva...
O vento inquieto sacode a poeira e ale segue... Lá em baixo, pela estrada vem vindo um pobre velhinho subindo a serra pelo o mesmo caminho de terra.
Ele é tão pobrezinho que anda sozinho, descalço e de pés no chão: O caminho é  muito batido e ale tão conhecido, que todos sabem que ele é o Sr. João:
- João do moinho, fazedor de farinha, que nem sempre tem mandioca pra moer; Mas, ainda bem que o povo lhe traz  velhas carroças, carregadinhas... Porque sabem que ele é capaz de fazer, a melhor farinha!
Lá vem o pobre velhinho subindo o caminho da serra,
- Enquanto o caminhante desce sozinho com seu ânimo em guerra...
- Boa tarde! Sr. João - Boa tarde! Mocinho.
- Tudo bem, Senhor João? - Tudo bem mocinho (...).
- Os dois se despedem e seguem os seus caminhos:
(O moço vai pra cidade... E o Sr. João pro seu moinho).

 

Boneco de pano

 

Por detrás dos bonecos de pano, existem almas humanas cheias de graças, movimentando-os, e trazendo ao mundo infantil o encanto que faz parte da cultura e adversão.
Com almas de gente no boneco de pano se faz shows incríveis:
Viviam me dizendo isso lá no sertão, onde a miséria me corroia por fora a por dentro sem qualquer compaixão.
Porém um dia... A tristeza das necessidades me expulsou daquele lugar e, eu precisei partir para São Paulo, ainda que contrariado. Mas aqui comecei então a espionar com detalhes Os tumultos dos novos esquemas e me senti como um boneco de alma de pena.
A vida aqui começou nas construções: Batendo massas, assentando tijolos e preparando sonhos para vencer a vida alheia: Foi quando antão começou a martelar sobre o tema: Almas de bonecos (Através de um show que fui assisti).
Logo então me decidi: Vou ser um boneco de pano com alma de gente: Só que não ficarei oculto por detrás da cortina, mas dentro do próprio boneco que o fabricaria.
E foi desta forma que comecei a vencer na vida: Fazendo Show de marionete.
Hoje sou feliz com o que sou (boneco de pano). E com isso, consegui comprar duas casas e alguns veículos.

 

O gato pithola
 
Havia um gato tão cachorro... Que morava com os vizinhos, porque deixara de ser nosso.      Ele não podia ver pithola (o nosso gato de verdade) que já avançava no pobre bichinho como se fosse o dono da casa.
Cachorro de vizinho é fogo! A gente reclamava do malvado, mas do outro lado também reclamavam:  Que gato de vizinho era fogo!  Aquilo nos doía porque o gato era nosso.
E, diziam: Vamos jogar água no desgraçado!    Pobre pithola, saia correndo como capeta, Pulando tudo que estava pela frente... E, se viesse para casa...O cão vinha atrás... E, se fosse para outras casas, também espantavam o bichinho com a mesma rejeição.
Um dia tomei uma decisão bacana: Peguei o ex-cão que deixara de ser nosso para ser do vizinho e o  levei para fazer um grande passeio numa cidade vizinha, e lá o deixei para sempre: Somente assim o gato deixou de ser capeta, e, começou a granjear os costumes da casa, devido à ausência do cão importuno.
Passando-se alguns meses: Mudou-se por ali uma nova família que tinha uma linda gata que se tornara sua amiga! E,  viviam a brincar... E ainda dava alegria a um casalzinho de crianças que havia por ali - E foi daí que surgiu uma musiquinha para os gatinhos que brincavam no quintal:

 

Miau, miau...Num lindo quintal e as crianças sorrindo a brincar,
Com dois lindos gatos muito engraçadinhos: Miau, miau...Ah, ah, ah!
Os gatos contentes ficavam miando e as crianças sorrindo e cantando...
Uma criança dizia: oh, que bonitinho!  E o outro dizia: oh, que engraçadinho!

 

A gente ficava contente espiando, os gatos espertinhos, e as crianças brincando...
- Miau, miau...Num lindo quintal e as crianças sorrindo a brincar...
Com dois lindos gatos muito engraçadinhos!  Miau, miau...Ah, ah, ah!
 
O milagre da mulher do médico

 

Nem riso, nem lágrima carente...Apenas respirava para sobreviver os restos de sonhos no seu subconsciente, onde,  guerreava contra o anjo da morte que é invencível e urgente!
E não estava em mim essa sorte - de devolvê-la a vida, mas dei-lhe todas as armas da ciência em quanto pude... Só sei que vi... Quando de entremeio os seus 1ábios, Brotou-lhe: um riso e uma lágrima... Depois, um aviso! Estou com sede e fome... E sinto a brisa...
Só sei... Que dos vidros entreabertos sobre as nossas cabeças: Ventilava-nos um ar gostoso quando um milagre soprou-lhe a vida: Agora coma deste ar!... Ele é brisa e vida! Irei providenciar o resto que o teu corpo precisa!
Um riso... Uma 1ágrima... E um pensamento se idealiza – VIDA!
E, O que ela não sabia, é que dentro de mim eu também já morria de solidão só de pensar em perdê-la: Ela não sabia, que, se ela perdesse a vida eu também perderia a minha – no sentido de sobreviver, por vê-la desfalecida.

 

Fazendo canjica

 

Mulher, eu quero canjica: esbagoa... Descasca o milho, e mira... Na panela os grãos: Debulha e quebra-os primeiro: esbagoa...Não seja tola... Deixa de ilusão! A canjica é boa e rica, rica e boa: Descasca o milho e mira os grãos na panela.
- Ah, meu velho!Eu não gosto de fazer comidas de pobre!
- Não diga isso mulher! Não existe comida de pobre - todas as comidas são nobres! E eu gosto das coisas que os pobres não gosta – e no vice-versa:  tudo quanto nós já enjoamos, eles adoram! Pra eles são novidades...Por isso gostam!
- Sei não velho?...
- Ora, eu acho mulher... Que a felicidade está na simplicidade das coisas... Os pobres estão cansados das coisas que a gente tanto gosta! Porque eles crêem no tal ditado: Que o dinheiro traz felicidade!
- Ora, é lógico que traz, meu velho! E, é por isso que eu acho, que não precisas comer canjica (já que temos condições de sobra).
- Não seja tola mulher: não digas bobagens, pois a canjica é boa e rica! Não existe comida de pobre... Não me retrucas com essa ousadia... Todo alimento e nobre!
- Sei não velho?...
- vai mulher, concorda comigo?...
- Concordo nada!
- Eh!... A canjica está fria mulher! (desse jeito nem porco, come)...
- Não te falei velho: Isso é uma droga!
- Mas ela tem que estar quente, minha velha... Fria assim, nem o porco come!
- E por que  então, ficou conversando aí, meu velho? Se quiser, que esquente, ora...
- E resmungando, o velho preguiçoso comeu fria mesmo.